isto não é para pessoas sensíveis

No sábado estive numa matança de porco para lá de Chaves, como se fazia no tempos dos nossos avós e ainda hoje se faz em tudo quanto é aldeia, se bem que aqui na minha zona as coisas são feitas com muito mais higiene que aquela que vi. Mas não é disso que se trata. Os citadinos que lá se encontravam tiveram de inicio alguma relutância pois a porca, que era enorme, berrava como a pedir clemência a todos nós que ali estávamos. E foi isso que fez. Pelas nossas cabecinhas passou de tudo até que o animal morreu. Enquanto durou o seu sofrimento tivemos tempo para expiar as nossas culpas dizendo-nos, coisas como, que todos nós ao comer carne estamos a matar um animal, que era a lei da vida, que nos matadouros o animal não sofria etc. A diferença era que ali, estávamos todos a espetar-lhe a faca.

A matança do porco é um momento alto na vida de todos nós, os rurais da aldeia e da cidade. Transporta-nos a um passado remoto mas próximo ainda. É o retorno ao mais básico da vida rural pobre, engrandecida com um momento de abundância; a carne do animal sacrificado.

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