o serviço nacional de saúde

A culpa é do governo, dizemos nós quando não simpatizamos com o poder de turno. Por esta ordem de ideias, metade da população tem sempre razão enquanto os restantes estão errados e vice-versa.
Há dois anos assisti a uma cena as portas das urgências do hospital de Aveiro que mais parecia um filme de woddy allen dos anos 80, uma autentica comedia do ridículo, protagonizado entre seguranças, povo que aguardava respostas dos seus familiares internados nas urgências e um casal de alcoólicos onde ela tinha os cinco litros razoavelmente bem aferidos, dizendo a todo pulmão: AFINAL PARA QUE QUEREMOS NÓS O CA...LHO DO HOSPITAL, É PARA OLHAR PARA ELE?
Não vou descrever a situação porque ninguém teria paciência para a ler, mas a moral daquela história foi e, é, ainda hoje, que quando acompanhamos alguém que passa daquelas portas para dentro é como se entrasse numa dimensão desconhecida, deixando-nos do lado de cá num estado de nervos incontrolável, pois nem entra-mos nem somos informados de nada durante horas a fio. Ora as classes médicas e administrativas parecem não entender isso, ou sim, eles entendem e sabem-no, e usam-nos como marionetas, para os seus fins de classe, porque são eles que mandam com ordens e influencia, e o engraçado é que, quando eles e outros que tais da sua classe socioprofissional nos pedem compreensão para os seus problemas, que afinal, se resolvidos são para o bem de todos, esperam que os entenda-mos e eles com todo o seu poder e o de outros que tais, ficam convencidos de que nós não os mandamos para o ca...lho e que não desfiamos toda a sua arvore genealógica desde a bisavó até a mais recente antecessora. O problema do sistema nacional de saúde é político e de poder dos médicos, e entretanto morre-se nos corredores dos hospitais do nosso pais, morre-se e é-se descoberto por familiares corajosos que qual agente 007 entram para defender o seu ser querido do mal que lá dentro espreita em cada corredor e cada maca abandonada ao deus dará. Aquela mulher deserdada da fortuna tinha razão, afinal para que serve o HOSPITAL?

o rapper valete

Hoje no programa da antena 3 o José Marinho lançou um valete para cima da mesa, a qual não tinha os parafusos todos bem apertados. O valete, rapper da nossa praça, lançou uma música crítica a rosar o insulto ao Paulo Bento: O marinho parece ter gostado e o markl achou a música interessante e bem feita. Por falta de formação não tenho opinão, mas tenho educação e idade para não aprovar a cançoneta dos valete e a leviandade com que ela foi abordada no programa da manhã. O directo tem destas coisas e o poder da comunicação também, e para já, temos liberdade de expressão, mas esta confunde-se há muito com a libertinagem de expressão. Em futebol, religião e politica, nunca eu vi estes dar nada a ninguém, antes pelo contrário, sempre a pedir e como tal nada com eles quero, mas se insultarem o padre da minha paróquia na minha presença, eu defendo-o, porque ele tem provas dadas de ser um homem bom dentro dos meus parâmetros. Paulo Bento também: Não é um bom comunicador, não, ele é um treinador de futebol, fala mal, a maioria dos portugas também, o scp deveria de ganhar o campeonato, o beira-mar também, e por ahi fora. Estes senhores, o valete ecompanhia, devem estar com os mesmos problemas dos restantes portugueses, falta de números na conta bancária, com a diferença de estes serem figuras que aparecem aqui e ali e então umas dizem coisas que os trazem à ribalta, não sei se será falta de visibilidade, ou dinheiro, mas com o insulto é isso que se obtêm, todos reparam. Para mim, que não sou adepto de futebol mas sim de justeza, Paulo Bento é muito mais senhor que estes rappers e como disse o markl a respeito das loucas admiradoras da floribela há uns tempor a trás: E se eles arranjassem um trabalhinho? Aahhhhhh?

isto não é para pessoas sensíveis

No sábado estive numa matança de porco para lá de Chaves, como se fazia no tempos dos nossos avós e ainda hoje se faz em tudo quanto é aldeia, se bem que aqui na minha zona as coisas são feitas com muito mais higiene que aquela que vi. Mas não é disso que se trata. Os citadinos que lá se encontravam tiveram de inicio alguma relutância pois a porca, que era enorme, berrava como a pedir clemência a todos nós que ali estávamos. E foi isso que fez. Pelas nossas cabecinhas passou de tudo até que o animal morreu. Enquanto durou o seu sofrimento tivemos tempo para expiar as nossas culpas dizendo-nos, coisas como, que todos nós ao comer carne estamos a matar um animal, que era a lei da vida, que nos matadouros o animal não sofria etc. A diferença era que ali, estávamos todos a espetar-lhe a faca.

A matança do porco é um momento alto na vida de todos nós, os rurais da aldeia e da cidade. Transporta-nos a um passado remoto mas próximo ainda. É o retorno ao mais básico da vida rural pobre, engrandecida com um momento de abundância; a carne do animal sacrificado.

assuntos côr de rosa

Vi no sábado na capa duma revista cor-de-rosa, uma personagem e um título mais ou menos assim: Luciana Abreu despe-se de borla. A personagem da capa não a reconheci, mas era a moçoila que antes referi, mais me parecia a madona nos seus tempos de loucura mediática.
A "florinbela", titulo da minha autoria, depois do enorme sucesso na Tv. e nos showtografos pela nação fora, caiu na desgraça do esquecimento, para desespero seu e do de legiões de fãs sem oficio nem miolos a adorarem como deusa virgem na qual encarnavam todas a suas mediocridades. Jovens e adultos que vem tv como quem adora um animal sagrado da antiga Roma e um deus santarão nos tempos modernos, pensem, por detrás disto está uma pasta dentífrica ou um detergente para a máquina de lavar loiça ou um iogurte para o colesterol, e a Luciana Abreu é tal e qual qualquer outra identidade que para sobreviver necessita de muitos pobrezinhos para a idolatrarem. Mamas com silicone; não, nada disso, talento, muito talento, dizem por ai umas tias (fêmeas machos e machos fêmeas) da Tv., que ela está muito bem nas fotografias, com muita dignidade, excelente produção fotográfica etc. etc. q.b., bem, mas isso é o de menos, é o puxar da brasa para assar a sardinha, o de mais é a nefasta influência nas pequenas criaturas lá de casa que infernizam a vida aos pais para ser tal e qual como estas heroínas da TV.
O mundo vai mal, a Tv. vai mal, aquilo que defendemos vai mal, aquilo que pagamos vai mal e cada vez distinguimos menos o que vai bem.
Ontem, as bolsas de todo mundo caíram, e os profetas da desgraça ou do apocalipse já traçam cenários; mas que tem isto a ver com heroínas cor-de-rosa que falam com arvores? Talvez deveríamos, qual Buda, sentar-nos debaixo de uma árvore e sem falar com ela, esperar pela iluminação das nossas cabecinhas.

o photoshop era ainda uma miragem


Foi das primeiras coisas que fiz e que achei digna de se mostrar. Naltura não chegou a ser publicada no catálogo porque o cliente entendeu que os seus clientes não iriam entender o que ali estava a ser mostrado. Creio que tinha razão pelo que tive que fotografar os produtos em cima de um fundo normal, tipo chapa cinco.

aparece o photoshop 7

...mas esta fotografia não teve qualquer outra intervenção de photoshop a não ser para limpar algum lixo da digitalização. Realizar este tipo de imagens deixou de ser uma realidade para a maioria dos fotógrafos, pelo preço, pela rapidez com que o mercado pede novos produtos, etc.

photoshop


Para que não se pense que ando para aqui a falar acerca das dificuldades dos fotógrafos por mera lamechice ou porque os mais antigos na profissão (como é o meu caso) fomos ultrapassados na presente era do senhor e por isso nos lamentamos. Ora nada mais errado de pensar, pois a presente era de novo só nos deu novas ferramentas para fazer o que se segue com custos de tempo e dinheiro muito inferiores, porque antes da era digital isto teria sido feito com recursos de estúdio e muito trabalho e isso mesmo irei mostrar mais adiante. O photoshop é de facto uma ferramenta maravilhosa. Uma fotografia foi resultado de cinquenta imagens feitas aos produtos que a compõe, das quais retirei apenas determinadas partes e fui acrescentado à nova fotografia. No passado a tecnologia teria sido outra, mas o resultado visualmente seria o mesmo; na carteira e no prestígio do fotógrafo, ai sim era bem visível.

o priminho

Mais uma vez fui ao blog do Nuno Markl aprender umas coisas e sem ele saber tirei de lá esta referência de um filme que me deliciei a ver ontem à noite. Como ele é de Lisboa nem vai dar pela marosca que ando a copiar ideias do blog dele.

o primeiro livro para o qual fotografei






Foi no final de 1995 que eu disse pela primeira vez, que iria deixar de lado a intenção de ser fotógrafo profissional. No dia seguinte recebi um pedido de orçamento da fundação João Jacinto Magalhães para fotografar obras de arte. Confesso que desvalorizei o pedido e só graças a um primo da minha mulher é que respondi. Dias depois tinha a confirmação do trabalho.
De Cândido Teles já ouvira falar, pintor Ilhavense conceituado, Coronel reformado do exército, fiquei algo intimidado, mas isso passou logo no primeiro contacto que tive com ele. Fiz um amigo, pois a cada erro que descobria nos diapositivos repetia a fotografia ao quadro e de facto, para primeira experiência, as luzes parasitas pregaram-me algumas partidas. Este foi o início de um relacionamento com alguma proximidade, pois a partir de esse momento ele fazia questão que eu fosse o fotógrafo dos seus quadros para tudo quanto fosse catálogo.
Aqui deixo então a capa desse trabalho e quatro obras do mestre Cândido Teles.

Cândido Teles







Antes de escrever este post, pesquisei no goggle acerca de Cândido Teles e qual o meu espanto que o único que encontro são uns figurões que normalmente eram convidados para dizer umas coisas do seu trabalho nas inaugurações das exposições. Queria saber ao certo da data do seu falecimento, acho que foi em 2000, mas não tenho certeza, de qualquer forma o fim não esse. Vou apenas apresentar uma série de fotografias feitas pouco antes de ele ter falecido, pois na altura tencionava fazer um trabalho fotográfico alargado com ele e esta foram as primeiras fotos antes dele ter adoecido.

ana free


Não tenho cultura musical para opinar sobre esta jovem, mas gosto do seu estilo, da voz, ela escreve compõe e canta. Sinto que é uma artista que se aproxima e mostra como tudo é simples e que nos coloca à vontade.

paredes coloridas


Já que estou nesta de sonhos erguidos e sonhos desfeitos e no fim cada quem vai a sua vidinha, apresento aqui a capa dum livro para o qual fotografei em 2001. Rui-o nesse ano, a recém erguida casa dos sonhos de homens e mulheres que acreditavam ser possível viver da arte e da cultura e a ela entregarem-se de alma e coração sem que para isso pertencerem necessariamente a classes sociais altas. Dizia acerca deste livro intitulado "Paredes Coloridas", editado pela CMA, que nele acreditei como uma alavanca para um futuro como fotógrafo com oportunidade de realizar coisas úteis; se tão rápido nisso acreditei, mais depressa vi ruir o meu projecto. Convém esclarecer, para não ser tido como ingénuo, que estava ciente das dificuldades, sempre as conheci nesta área, mas mesmo assim, achei que poderia ser possível. Mas não foi. Tive com isto e outras coisas, os meus quinze minutos de glória e o consolo de ter dado a outros a mesma oportunidade. Aqui fica a capa do livro, não sei se ele estará disponível para venda, mas é uma bonita edição e dele guardo uma bonita recordação, tirando o ano que estive à espera da autarquia pagar.

num piscar de olhos I

Foi realizado em 1995/96 por José Gouveia jovem realizador aveirense. Foi rodado em Aveiro cidade e arredores. Envolveu muitas boas vontades e por isso foi feito, foi exibido em várias salas e teve um ou dois prémios e depois ganhou a empoeirada prateleira do esquecimento. O Zé tudo fez para ser um realizador, chegou a dirigir um documentário duma campanha contra a sida, que irei tentar trazer aqui este meio, e depois teve que fazer-se à vida, porque o cinema, as artes e cultura dão sustento sim, mas só para os filhos dos classes altas com costelas burguesas e ou politicas. Bem aqui deixo este tesourinho ao qual retirei alguns créditos porque era muito demorado para este formato.

num piscar de olhos II

os talentos da minha aldeia

Convêm-me dizer que isto aqui não é uma aldeia perdida num concelho perdido num distrito perdido, não senhor, isto é uma terrinha e pêras. Ele há: agricultores, areeiros, construtores civis, serviços de limpeza e domésticos, padeiros, empresários da hotelaria e restauração, um cangalheiro, doutores, engenheiros, professores, 2 arquitectos, um fotógrafo (eu) uma empresa de jardinagem, uma cantora com nome de caldo para tempero de cozinha; viveu cá um senhor inspector da PIDE, já morreu felizmente, (a este respeito contarei uma história qualquer dia) costureiras, alcoólicos, uns gansónias, músicos populares, um poeta, um regedor, (estes dois já cá não cantam) um presidente de junta de freguesia (o cangalheiro e da minha família) muitos emigrantes, figuras típicas também tivemos, mas esses já morreram e alguns gajos podres de ricos a pregarem moral que nem abades; também temos um, não sei onde pára, mas temos, isso não podia faltar. Bem, um pais dentro duma pequena aldeia, e pergunto: Com toda esta riqueza universal de homens e mulheres, porquê nos queixamos nós? Ingratos é o que somos, basta olhar em volta para ver a nossa grandeza, o futuro radioso que temos pela frente e cegos pela TV, ou sabe-se lá mais do quê, não o vislumbramos. Pobres de nós. Basta olhar para todos estes talentos para ter esperança no futuro, sem preocupações com aquecimentos globais ou novos pobres ou espécies em extinção, guerras, desemprego e o raia sete. QUAIS O QUÊ? Isso são coisas de maricas que não vêm uma ponta de um corno diante dos olhos e andam para ai aos caídos a queixarem-se de canto em esquina. O mundo, tem é que vir aprender connosco, isso sim, só isso bastava para que, desde aqui do alto da nossa pequenez, nos sentir-mos grandes e exemplares.

mudar de tema



Estejam atentos que em breve irei inaugurar uma secção carrinho de compras.

os pioneiros


Almeirim é sopa da pedra. Restaurantes pequenos e grandes com referências à sopa da pedra por todo lado. Como frequentador que sou, penso que eles já tiveram melhores dias e que a sua imagem terá sofrido com algumas autênticas fábricas de fazer sopa. Bom, mas isso não é problema que me tire o sono, como profissional tenho os meus.
Os posts que se seguem são para mim um bom exemplo comercial; por um lado a sua história familiar entorno de um produto, que é sempre uma mais valia muito forte, por outro, os valores intrínsecos à região; os touros.
Aqui deixo a grande imagem de marca do restaurante o toucinho em Almeirim, uma empresa familiar que nasceu em 1962.

sopa da pedra


Substanciosa e aromática. A sua origem acenta numa lenda perdida nos tempos tendo sido um frade pregador o seu mentor, daqueles que andavam de terra a pregar a palavra que designavam ser do senhor, não diziam era de qual senhor. Faminto bate a uma porta, truz-truz, aparece um casal de velhotes, fáceis de enganar como convém, diz que gostava de fazer uma sopa com aquela pedra e incrédulos, mas curiosos, os simpáticos donos da casa aceitam. Como de frades e abades nada de bom se pode esperar, este começa a desfiar um rosário de ingredientes para a sopa ficar muito melhor, pudera: azeite, enchidos, feijão, batata, coentros e sabe-se lá mais o quê. Ora o resultado não tardou em chegar e ao ferver o cheirinho era delicioso, de certeza. O frade deliciou-se com a sopa, os donos da casa só o teriam feito com o cheiro, mas arriscaram perguntar: Então e a pedra? Lesto responde o frade, é para fazer uma sopa mais além. Aos velhotes terá ficado o consolo da receita.

o toucinho




Ora cá esta um restaurante em Almeirim onde servem uma boa sopa da pedra. Almeirim e a sua famosa sopa, são para mim, local obrigatório de paragem quando passo a Santarém. Dos cinco ou seis restaurantes onde já comi sopa da pedra, este é o melhor; eles foram os pioneiros em 1962. Mesmo que a sopa não fosse a melhor, só o local de "per si" está repleto de história; o pioneirismo, os cartazes de festa brava naquela região e as características das varias salas sempre com motivos taurinos. Gosto de comer em locais com histórias; se eu tivesse um restaurante seria assim, com histórias nas paredes; se não tivesse uma história, inventava umas quantas. Recomendo e deixo aqui a apresentação
do restaurante.

alcochete

Bem, o governo para já anunciou uma decisão para o novo aeroporto de Fátima, perdão, de Lisboa. Alcochete ganhou mas isto não fica por aqui; vem ai estudos e mais estudos para financiar uns gajos que dizem sim a que der e vier, mais uns milhões para estudos, mais umas urgências hospitalares que fecham e etc. etc. etc. Mas nem tudo é mau pessoal, já vi no governo muito pior, mas gostava de ver bastante melhor; tempos ao tempo dizem os poetas. Para já Alcochete. Porreiro pá.

para concluir s. gonçalinho

Para concluir s. Gonçalinho transcrevo o texto de apresentação do meu livro.

Num misto de sagrado e profano, a Beira-mar engalana-se e festeja, anualmente, por volta de 10 de Janeiro, o seu santo padroeiro: s. Gonçalinho. Toda a festividade é um ritual à alegria: o arraial, os cânticos brejeiros, a romaria das cavacas na torre e no terreiro da capela, tarde de domingo e segunda em animada cavaqueira no interior dela, a entrega do ramo e a "dança dos mancos". Neste universo de acontecimentos, parece nos que o aspecto religioso é um mero pretexto para festejar. É possível, as verdadeiras razões diluem-se no tempo.
Gonçalo Pereira nasceu em 1190, na província do Minho e no seio de família nobre. O seu carácter revelou, desde tenra idade, motivação para a vida eclesiástica e esta e esta inspiração levou-o ao sacerdócio e, por isso, entrou no arcebispado de Braga. Ordenado sacerdote e pelas suas virtudes, foi-lhe confiada a paroquia de s. Paio de Vizela. Alguns anos depois, fez uma peregrinação a pé à terra santa e Roma, voltando 14 anos mais tarde. Ao regressar a Portugal, deparou-se com uma situação de todo inesperada: tinha sido despojado dos seus bens e rendimentos pelo sobrinho, sacerdote que ficara no seu lugar durante a viagem. Para tal apresentou provas falsas do falecimento do seu tio no estrangeiro, fazendo-se nomear pároco da freguesia, usurpando-lhe o lugar e desprezando totalmente s. Gonçalo. Resignado e sem protesto abdicou do que lhe pertencia. Resolveu então mudar o rumo da sua vida: pregar o evangelho por toda a região entre douro e Minho como se lhe tivesse sido confiado como recompensa divina. Tal facto deu origem a lendas diversas entre o povo. Foi, provavelmente, um episódio pouco ortodoxo para a época, que marcou com influência a ideia de ele ser um sacerdote pândego, irreverente e galhofeiro, quando a final era o oposto: austero, penitente, pregador...
Quanto à crença, ela provém do padre Gonçalo Pereira ter legalizado, religiosamente, casais de uma freguesia chamada Ovelha, os quais viviam "imoralmente". Consequentemente, os habitantes das freguesias vizinhas apelidaram-no de " Casamenteiro dos de Ovelha". Depois os matizes populares deturparam a alcunha passando a ser o casamenteiro das velhas.
Em Aveiro, a devoção a este santo de Amarante tem vários séculos de existência. No século xvi, o povo da beira-mar ergueu uma capela que chegou a ser templo matriz da freguesia até à construção, s.xvii, de um templo mais amplo para igreja matriz da actual freguesia de Vera Cruz.
O homem histórico que terá sido o padre Gonçalo Pereira, não está nestas imagens, estas só abordam o culto a s. Gonçalinho nestas terras de Aveiro que este seu povo lhe rende num misto de religioso-pagão à figura criada pelos seus antepassados.
A cavaca e os cânticos (quadras brejeiras alusivas a s. Gonçalinho e as cavacas aos pedidos de casamento) são elementos condutores e protagonistas desta festa. A cavaca simboliza o cumprir da promessa, embora as doenças ósseas sejam representadas com formas em cera, pés, braços, mãos... As flores, velas e azeite, também contemplam a gratidão ao santo.
Hoje isto esta mais sujeito à tradição popular que à devoção e fé, contudo patentes, mas no seio da sociedade arcaica isto não foi uma manifestação sem uma profunda razão de existir. O fluir da cultura e religiosidade dos povos, bem como a dinâmica dos tempos oferece-nos estas contradições.

o sr barak

Gosto deste sr sem o conhecer. Por ser negro e a civilidade me impelir a rejeitar as cores da pele? Não sei, mas gostava de ver um homem de cor negra à frente de um país de dominância branca.

o livro





Aqui deixo a capa do livro e três fotografias para descobrirem (quem desconheça claro) como se passa a festa das cavacas. Ora vejam.

s.gonçalinho

...este é o de aveiro, das cavacas, festa muito popular na cidade e rededores, e sobre a qual fiz um livro de fotografia iniciado em 1995 e publicado em 1998 depois de muitas peripécias e chatices das gordas. Na altura, esta, era ainda uma festa de contornos genuínos, mas creio que o tempo e o dinheiro a tornaram noutra coisa diferente, que não se nota, mas dá para perceber. O tempo trás destas coisas e eu deveria de promover o que fiz que seria o correctamente aconselhado, mas já tenho idade para não ir em tretas. No aspecto antropológico, fui mesmo a tempo de recolher um registo genuíno e do qual me orgulho e também serviu de referencia a para outros trabalhos e creio ter prestado um bom serviço à fotografia e à própria cidade de aveiro, mas isso é farinha de outro saco. Sentí que alguns aveirences terão tido um certo incomodo em ser um fotógrafo de fora da cidade a fazer aquele livro. Coisas. A festa esta ai e é no próximo fim de semana, para qualquer eventual leitor deste diário, aconselho a vir ver, mas advirto que nunca mais voltei a tal festa, por varias razões, e uma delas é que eu apenas me limitei a fazer um trabalho fotográfico e mais nada, as outras são do foro intimo. Venham preparados para levar com uma rija cavaca na cabeça e no paladar, vão gostar.

lazarim 2


Dizia antes que lazarim é pequeno, pois é, e temos que andar a pé para o percorrer. Esta é uma construção que encontramos a par e passo, algumas bem recuperadas. Mas isto contrasta de um modo violento com a imagem que Portugal dá nos palcos internacionais, ter este património é magnifico, mas a pobreza que lhe está inerente torna a paisagem feia, tem muito lixo e maus cheiros, digo isto sem desprezo ou demérito para com as suas pessoas que muito bem nos recebem, até uma grande feijoada nos oferecem, mas sim com lastima de não lhes ser reconhecido o devido valor e apostar na qualidade de vida destas gentes e tradições, para que elas se mantenham genuínas, limpas e com potencialidades económicas para os locais.

as mascaras de lazarim



Obras de arte feitas por artesãos locais que são vendidas nos states, nas alemanhas, nas franças,etc. um verdadeiro produto português com muito boa aceitação lá fora. Estas são alegóricas de intervenção socio politica, como não pode deixar de ser. São talhadas de modo rudimentar, mas muito bonitas e bem construídas. A seu respeito de momento mais não sei, mais tarde volto a pegar no tema com mais informação.

onde fica lazarim


...a 15 km de a sul de Lamego. Hoje pela A24 é um saltinho, mas pela estrada que liga Viseu a Lamego, a paisagem é muito boa e fica-se a conhecer a região.
Lazarim é uma pequena aldeia metida num pequeno vale, onde tudo é pequeno e parece estar perdido no tempo. Se for vá com tempo e dê uma volta a pé, de carro não é possível, pela aldeia para ter um quadro mais geral. Das vezes anteriores que fui não tive tempo de o fazer e fiquei com uma impressão errada de Lazarim. Há dois anos dei uma volta pelas elevações que rodeiam a povoação e a vista é esta.

lazarim


O natal já lá vai o fim de ano também e reis será amanhã e logo logo a seguir, vem o carnaval. Não ligo muito, mas gosto imenso se for a lazarim, de resto são brazileiradas e palhaçadas de mau gosto. Este Carnaval perde-se no tempo, ao que parece recua até aos romanos, é o único autoctune, por isso vale apena ir e conhecer. Fui lá pela primeira vez em 1998, fui há dois anos e tenciono ri lá este ano. Recomendo.

as primárias nos states

Candidatos para todos os gostos: mormons, adventistas, pastor evangélico e católicos; grande açorda.
No último cartel de século xix os states sobresairam como o grande pais do s. xx e assim foi, mas o fim do século xx vaticina outra coisa que é o partilhar do poder com novos players: china, índia, brasil e mais alguns vizinhos destes. A europa terá de esperar a que os novos players tenham os mesmos problemas dos antigos e ai sim as coisas mudaram de figura. Mas isto é complicado e pelo meio podem surgir conflitos de varia ordem. Adiante.
Nos states aquilo parece o médio oriente actual; deus é senhor e salvador e em seu nome, como noutros tempos, toda classe de barbaridades é dita e cometida em seu nome, mas claro meus caros leitores, é necessária muita carne para os canhões ressoarem em nome do senhor e da liberdade do ser humano, que normalmente é o homem, a mulher não é para aqui chamada pela opinião dominante. Eu não conheço os states, gostava, mas nada temos a aprender com o tio sam, com os outros americanos, aqueles que discordam dos tios sam, com esses sim.
Como a vida nos ensina de tudo um pouco, acho que a sra clinton irá enfrentar um homem de deus, um daqueles que saem das igrejas cheios de virtudes e de dinheiro, é fácil e ver. Do pouco que sei de história, os homens que se intitulam de servidores de deuses e missões, são muito perigosos e regra geral loucos.

os nossos vizinhos e os espaços sem fumo

Ora, tenho aqui uns vídeos das campanhas anti tabajicas dos nossos irmãos espanhóis. Bom, aqui não se fez nenhuma para este Inicio de lei, apareceram ai uns senhores a dizer que prometeram fazer e não fizeram e que havia uma verba e onde esta ela. Deixo aqui o bom trabalho de vídeo dos nossos bons vizinhos que esta bem realizado e a mensagem é universal. Na verdade penso que no poupar esta muito ganho, e a lei entrou em vigor sem gastar em publicidade, se calhar os compromissos eleitorais com os publicitários estão todos pagos.



el paraiso de los fumadores

a lei e fumo

Parece ser que ambas tem qualquer coisa em comum e em cumplicidade na maioria dos casos, mas no caso dos fumadores, o fumo parece impedir de ver claro os sapientes. Na faculdade de letras de Lisboa, não vi a noticia desde o inicio, por tanto, poderá ter sido a do porto, os alunos concordam com a lei, mas os professores acham-na demasiado fundamentalista. E perguntam: e então o fumo do diesel, das fabricas? Diria que é uma pergunta pertinente, mas para outra discussão, não esta. Os fumadores estão a sumar pontos diante dos não fumadores, parabéns.

o bom povo português e lei

Tomei nota há vários dias atrás da minha curiosidade quanto à aplicação da lei de proibição de fumar em locais públicos. Venho redimir-me do que disse e pensei. Ontem as noticias da tv davam conta de como os fumadores passaram a respeitar a lei sem qualquer contrariedade anímica e de como os não fumadores agradeciam por ter um ar despoluído em espaços fechados. Hoje de manhã num centro comercial da aldeia mais próxima enquanto esperava com a minha mulher que uma chuvada parace para ir até ao carro, passa uma amiga para a saída do centro comercial de cigarro apagado na mão para fumar no exterior ao ar livre. Olhei em redor e não vi ninguém a fumar excepto no exterior do centro comercial ao frio e a levar com uns pinguitos de chuva. Afinal somos ou não um povo que gosta de cumprir a lei? CLARO QUE SIM.
Remato dizendo que se não somos melhor cumpridores é também porque não somos parvos, pois que faz as leis para todos, não as cumpre, e se não veja-se o caso do director da asae(e com minúsculas)logo no primeiro instante. Bom, ter-se-á esquecido da hora e do dia.

Novo ano 2008

Depois duma noite de passagem de ano a trabalhar, experiência interessante, sem ressaca nem cançaso, dou inicio e estas crónicas enviadas para o ciberespaço prenhado de informação as quais nem liga nenhuma, ainda bem.

Primeira crónica.

Gatos Fedorentos.

Engraçados, intervenientes com muita piada e com legiões de fãs, que a avaliar pelo espetáculo de fim de ano no pavilhão atlântico, comportam-se como seita. Aqui, a porca torce o rabo, alias, para mim já torce faz algum tempo. Entendo que conseguir um estatuto no mundo do espectáculo e da tv é muito difícil e mante-lo depois mais difícil é, é normal, há mais concorrentes ao mesmo, e então torna-se necessário recorrer de armas e bagagens para manter o show de pé. Até aqui nada em contra, mas noto no ar a idea de insubstituíveis pois o não contrato por parte da rtp, parece uma coisa de lesa pátria. Senhores gatos e fãs, se não for na rtp é noutro canal, o mercado dos aflitos é assim, claro que o patrão estado é muito mais confortavél e no topo, então nem se fala, é seguro e rende muito, mas aqui há gato escondido com rabo de fora, e peço desculpa se me engano, porque gosto deles, até ver.
Se a rtp não renova contrato com os gatos, eles que se façam à vida que é o que todos os portugueses fazem neste momento.