Dei para falar do tempo; espero que não seja mau agoiro. Mas como fotógrafo que ainda sou, o tempo está sempre presente, mesmo hoje com a tecnologia digital. Tempo de espera, tempo de exposição, tempo de revelação, tempo retido na imagem, tempo, tempo e mais tempo. Hoje matámos o tempo, e a fotografia contribuiu, já não temos tempo e muito menos para olhar para trás.
A propósito ouvi à anos atrás uma história que remontava aos tempos da conquista espanhola nas américas, duma longa e forçada caminhada feita por indígenas peruanos, missionários e conquistadores espanhóis ao longo da Amazónia, quando se aproximaram do seu destino o indígenas pararam e por nada se moviam, então foi-lhes feita a pergunta, talvez por tradutor da TVE que buscava o "el dourado", afinal porque paravam, e eles responderam que tinham andado tanto e tão de pressa que estavam à espera da alma deles. Belo, mas isso não nos diz respeito. Nós não paramos para pensar, isso é uma coisa esquisita, não temos tempo e menos para salvar a alma, quanto mais para esperar por ela, se quiser que se despache, nos não tempo a perder, mas para pensar era mesmo conveniente. E do ponto de vista da fotografia o nosso tempo está a ficar sem uma memória fidedigna, por mais imagens que se produzão. As nossas fotografias, são meras mediocridades sem história, milhares e mais milhares. Creio que esta um bom motivo para pensar em 2008 nos intervalos dos nossos pensamentos de economia e finanças, pois afinal todos produzimos imagens e tiramos fotografias. É pena, em vez de tirar deveríamos de fazer.
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